segunda-feira, dezembro 12, 2005

Cruz Vermelha adota cristal como símbolo

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho adotou um novo emblema quinta-feira passada, encerrando uma disputa de décadas com Israel e abrindo caminho para a entrada do país na organização.

Uma maioria de dois terços dos países signatários da Convenção de Genebra votou a favor do uso de um cristal vermelho em operações humanitárias pelo mundo. A imagem do cristal vermelho sobre um fundo brando foi escolhida porque ser considerada isenta de conotações religiosas, nacionais e culturais.

Funcionários e ambulâncias que levam os símbolos da Cruz Vermelha ou do Crescente Vermelho – uma cruz e uma lua crescente, respectivamente – são protegidos por leis internacionais. O Escudo Vermelho de Davi, organização equivalente à Cruz Vernelha em Israel, não era reconhecido pelas Convenções de Genebra, que datam de 1949, porque não usava nenhum dos dois símbolos oficiais e países árabes vinham bloqueando tentativas de criar um emblema alternativo.

Israel se disse disposto a usar o cristal em missões fora das suas fronteiras. A votação em Genebra estava prevista para terça-feira passada, mas foi adiada por causa de divergências entre Síria e Israel sobre o acesso de equipes médicas às Colinas de Golã.

Damasco disse que votaria a favor do cristal se Israel permitisse o acesso de funcionários do Crescente Vermelho da Síria à área, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).

O ministro sírio de Assuntos Humanitários, Bashar al-Shaar, disse que os sírios que vivem nas colinas "sofrem terrivelmente com a falta de serviços médicos". Mas o embaixador de Israel na ONU, Itzhak Levanon, descartou a possibilidade de acordo alegando que os dois países não têm relações diplomáticas.